UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFES
Maria Helena Martelete
A PSICOLOGIA DAS MASSAS APLICADA À POLITICA – POLO MIMOSO DO SUL
Mimoso dos Sul
2010
MARIA HELENA MARTELETE
A PSICOLOGIA DAS MASSAS APLICADA À POLITICA – POLO MIMOSO DO SUL
Trabalho apresentado como parte da avaliação do curso de Pós Graduação em Filosofia e Psicanálise, pela aluna Maria Helena Martelete – Bióloga CRBIO/ES60024
Mimoso dos Sul
2010
RESUMO
Resumo: este artigo aborda aspectos do poder totalitário aludindo, entre outros fatores, as técnicas utilizadas pelos sofistas e a psicologia das massas de Freud. Entre as questões do plano político: a solidão coletiva, sempre liderada por um indivíduo que acredita no seu próprio ideal ou tem uma opinião sobre uma massa apta a captar suas idéias e realizá-las; sempre uma coletividade agindo de modo homogêneo irracional movidas pela carência material, espiritual ou social e, portanto em condições de disseminar e desencadear essa idéia individual no plano social.
Palavras-chave: Poder, política, representações, massa, psicologia.
IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
NOME DO PROJETO:
A PSICOLOGIA DAS MASSAS APLICADA À POLITICA RESPONSÁVEL:
Maria Helena Martelete – Bióloga – CRBIO/ES 60024
Endereço: Mariahelenamartelete@hotmail.com
Telefones: (28) 9882-5422
CLIENTELA:
Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
A Política e a Psicologia das Massas
Maria Helena Martelete
Pós Graduanda em Filosofia e Psianálise - UFES
Resumo: este artigo aborda aspectos do poder totalitário aludindo, entre outros fatores, as técnicas utilizadas pelos sofistas e a psicologia das massas de Freud. Entre as questões do plano político: a solidão coletiva, sempre liderada por um indivíduo seu próprio ódio sobre uma massa apta a captá-lo e realizá-lo; sempre uma coletividade agindo de modo homogêneo irracional e, portanto em condições de disseminar e desencadear esse ódio no plano social.
Palavras-chave: Poder, política, representações, massa, psicologia.
Dois aspectos marcam a política e a ascensão ao poder em sua forma totalitária, o total desinteresse pelos que pensam diferente, e os que se opõem, criticam ou
simplesmente questionam o poder e em certos casos, se propõe até mesmo ao extermínio em massa dos adversários por acreditarem ser necessário a supressão de qualquer idéia ou forma de ideologia que seja diferente daquela professada e posta em prática pelo poder. A pessoa do líder se apóia nos sentimentos de solidão e sonhos e frustrações coletivas levam os indivíduos a negar sua própria identidade e essas idéias são captadas pela massa; levando essa coletividade a agir de modo homogeneamente irracional e portanto em condições de disseminar e desencadear essas idéias no plano social.
“Segundo Freud em Conferência XXXV, o ser humano precisa de uma construção intelectual que soluciona todos os problemas de sua existência de maneira uniforme com base em uma hipótese de um ser superior dominante, a qual não deixaria nenhuma pergunta sem resposta.”
Talvez, essa idéia de Freud seja a explicação lógica para a devoção das pessoas a um líder, em Totem e Tabu, Freud se refere as crenças religiosas e faz referencia ao Pai Primevo, o qual desperta na família um sentimento de idolatria ou reverencia a esse líder muitas vezes mesmo sem qualquer concordância com seus métodos e atitudes sendo possivelmente fruto em alguns casos da ausência de amor e de apoio, de nutrição, de princípios éticos, de carinho, de diálogo, de confiança, de limites vividos, principalmente na infância.
A outra característica a que aludimos na psicologia das massas é a falta de informação e a eliminação de toda e qualquer instituição ou grupo que desenvolva idéias que não interessem aos líderes constituídos. A pluralidade de pensamentos deve dar lugar ao “Pensamento Único”, essa figura tão assustadora, estática, estagnada e morta. A morte do pensamento corresponde à morte do novo, da possibilidade de criação, da vontade individual e dá lugar ao comportamento de massa, irracional, com instinto cego guiado pelos impulsos direcionados aos interesses do líder, pelas pulsões animalescas, pela vontade de homogeneidade e igualdade de forma mecânica. A morte do pensamento é a vida do instinto de massa, bestialização do comportamento coletivo.
Aquele que lidera o faz através da persuasão de sua platéia envolvendo o pensamento de seu ouvinte com palavras que o tocam profundamente em suas necessidades algumas vezes básicas, desejos ou com palavras que alimentem sua grande decepção com o seu adversário promovendo assim um comportamento onde os ouvintes absorvem a informação sem qualquer chance de defesa.
A memória nesse momento, assume como forma de resgatar os laços afetivos, meios naturais de interatividade e solidariedade entre os indivíduos, rompendo assim o isolamento e a solidão gerada pela vigilância anônima e onipresente e trazendo à cena o até então abolido campo das possibilidades, da criação, o virtual, o “futuro em pessoa”. As modalidades da memória, das atividades da retrospectiva, isto é, a memória do passado e a memória do futuro, respectivamente, são acionadas pelo contato dos corpos, os gestos e as melodias (em substituição ao isolamento dos corpos, aos maneirismos, catatonias e às palavras-de-ordem). As convicções, gostos, opiniões, que constituem os “postos avançados de nossa subjetividade”, os reais mantenedores de nossa identidade pessoal a ressoar nas câmaras de nossa consciência.
Além do mais, o caráter codificado da linguagem mantém o sigilo, o ocultamento necessário a qualquer forma de resistência, restringindo a eficácia da mensagem àqueles que detêm o sentido das palavras. Isto mantém o adversário sempre um passo atrás, vendo-se obrigado a forjar meios que levem à descoberta dos segredos daquele linguajar (problema da manutenção do segredo e da necessidade de renovação constante dos termos e do seu sentido e cuidado com o risco da traição ou da infiltração do inimigo, para a minoria em posição de resistência ).
Pela própria natureza do homem. É preciso que a tortura, a dor e a humilhação venham junto a palavras- de ordem.
As rodas do seu desejo giram no vazio, soltas e loucas. Dessa maneira, alguém vai cuidar delas, e o vazio do poder será preenchido por um líder carismático, versão de um novo Deus e de um Pai onipotente. As massas, na sua servidão voluntária (La Boétie), podem, enfim, não entrar em pânico, como enunciava Freud, na “Psicologia das Massas e Análise do Eu”, como efeito maior que se produz quando aquelas não mais acreditam no carisma de seu líder. Mas observemos sua posição, um determinado político bem sucedido, quer que seu sucessor seja eleito pela população, entre no pleito vitorioso, então ele coloca a imagem dele própria como se o seu sucessor fosse agir e pensar como ele como se as aspirações populares pudessem ser solucionadas com apenas um voto naquele candidato que é dado ao povo como solução definitiva as suas aspirações, nada poderá dar errado se aquele que foi o escolhido pelo líder assumir o poder levando a todos a acreditar que político que o sucederia levaria a frente todos os planos políticos do seu antecessor.
Será mesmo que a indicação de um líder é suficiente para que seu sucessor seja um representante confiável?
Um fato ocorrido recentemente em uma cidadezinha do interior, um determinado político bem sucedido, quis eleger seu sucessor, indicou para sua sucessão um cidadão desconhecido e fez a indicação em seus muitos discursos levando os eleitores a acreditarem que o político que seria o seu sucessor daria continuação a seus projetos e trabalhos, (algumas vezes usando de métodos de intimidação) e que seria a solução para os problemas, o discurso eloqüente do líder deu resultado a massa foi convencida das idéias do líder e o cidadão foi eleito e infelizmente todos se enganaram.
Conclusão:
Medos das ameaças e dos castigos sugeridos pelos ideais induzidos por autoridades, são as armas utilizadas pelos políticos, eclesiásticas, militares e outros lideres através de dispositivos ideológicos, químicos, eletrônicos, cibernéticos. Seitas, drogas, televisão, computadores, fantasias, ficções, realidade virtual, delírio, “bicho-papão”, “mula-sem-cabeça”, demônios e apocalipse. Sermões, discursos políticos, imprensa. Nào seria tudo, no fundo, a mesma forma de convencimento em massa.
O “desvirtuador” usa o disfarce próprio a cada período, o instrumento ideal segundo cada época, o meio de comunicação ideal para convencer sua platéia.
BIBLIOGRAFIA:
Freud, S. (1913) Totem e Tabu. Im Obras Psicológicas Completas: Edição Standard Brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
Conferencia XXXV – Uma questão de Weltanschauung
Freud, S.,"PSICOLOGIA DAS MASSAS E ANÁLISE DO EU" (1921)
BENJAMIM, WALTER. “Obras Escolhidas; Magia e técnica/Arte e Política.” São Paulo:Brasiliense, 1986.
BERMAN, MARSHALL. “Tudo que é sólido desmancha no ar.” São Paulo, Companhia das Letras, 1986.
DELEUZE, GILLES_ “L’imanence: une vie...” in Philosophie n.47, setembro de 1995;
Paris, De Minuit.
Nenhum comentário:
Postar um comentário